A
história do jogo se concentra 2 mil anos dos eventos mostrados no
original de 2004. A idéia é mostrar como uma disputa pela energia
celestial que dá poderes aos habitantes do mundo de Ancaria acabou se
tornando a razão de sua ruína. Um dilema, inclusive, aguarda os
jogadores logo no início, quando é preciso escolher entre duas
campanhas distintas, uma para salvar o reino e outra para afundá-lo
ainda mais no caos e miséria que o assolam.
Na prática, é mais
uma aventura de fantasia inspirada em figuras típicas da mitologia
européia, que se leva a sério demais diante da narrativa burocrática.
Narrações sem vida tentam caracterizar personagens em vão, assim como
explicar momentos cruciais da aventura, e não conseguem criar o drama e
a imponência desejada pelos desenvolvedores, tornando tudo muito
aborrecido.
De certa forma, tal falta de aptidão em criar uma
história é coerente com outros elementos do game. É nítido que a equipe
da Ascaron já viu muitos filmes e ouviu muitas canções sobre temas
fantásticos, também já jogou uma boa quantidade de jogos do gênero, mas
isto não é sinal de qualidade. As referências estão todas lá, mas o
talento ou os recursos não.
A começar pela mecânica, que é a
mesma de muitos anos no que se chama de RPG de ação. Você escolhe uma
classe para seu personagem e passa por cenários lotados de inimigos,
destruindo tudo pela frente e coletando itens e armas. Não há nada de
vibrante ou inteligente no processo, transformando a aventura em um
ciclo quase eterno de combates sem brilho.